SE NÃO É PELÉ, É JOSÉ. SE NÃO É FUTEBOL É FESTIVAL.
- Dìwé Marginal
- 9 de jan. de 2023
- 2 min de leitura
Por estes dias, já se esqueceram do salário mínimo vergonhoso, não se falam dos problemas de violência doméstica nem da violação de menores(...).Por estes dias, a maior preocupação tem sido Pelé, o maior símbolo de futebol a nível mundial falecido a 29 de Dezembro de 2022.
Tudo por culpa de Ulisses Correia e Silva, que publicamente, mostrou querer obedecer às intenções da FIFA e mudar o nome do estádio nacional para estádio REI PELÉ.
São vários os caboverdeanos que se mostraram desagradados com o interesse do Primeiro Ministro, e este, tem sido alvo de duras críticas e acusações na internet onde a maioria expressa o sentimento de traição, uma vez que, Edson Arantes de Nascimento, em nada contribuiu pela pátria crioula em relação a algumas figuras que destacaram no passado para o desenvolvimento do país africano.
"Ridículo. Como seria bom valorizar o que é nosso. Temos grandes figuras vivas nacionais que mereciam este tributo". "Desiste desta ideia. Os caboverdeanos não querem”. “ No Brasil, o estádio Maracanã vai mudar o nome. Já contactaram a FIFA que será Ulisses Correia e Silva”
São inúmeros comentários. Uns apenas gozam com a situação, outros apelam ao patriotismo. Uns utilizam para fazer memes e outros reivindicam a separação das ideologias arquitetadas pelo ocidente.

Se esta nomeação acontecer, não seria dos piores capítulos da história de Cabo Verde, pois, estamos a falar de um dos maiores génios da bola que deslumbrou o mundo com sotaque brasileiro. Mas o estádio nacional, pelas péssimas qualidades que tem apresentado, será digno de suportar o peso e o legado de Pelé?
Mas, e além da singela homenagem que seria, é preciso ver qual o contributo que o jogador deu, em termos práticos, para o arquipélago.
Pelé era negro, mas dentro ou fora das quatro linhas, mostrava ser menos ativo na luta contra o racismo. E, ao mesmo tempo que era considerado esperança para o povo negro, pelo sucesso alcançado, era também censurado, no brasil inclusive, pela postura romântica que adotou diante da maior epidemia que arruína o desporto rei e o mundo.
A viver num estado de direito, e com total liberdade de expressão, é normal as pessoas reagirem e exigirem responsabilidades ao maior representante do governo caboverdeano por esta atitude.
É o mesmo Primeiro Ministro que comunicou tal desejo, primeiro à FIFA, e SÓ depois pediu opinião dos caboverdeanos nas redes sociais. Muitos defendem que este comportamento parece ser uma decisão puramente pessoal e narcisista de Ulisses só para parecer bonito aos olhos da europa.
(RE)lembro que temos PROBLEMAS MAIS CABELUDOS PARA PRESSIONAR O SENHOR PRIMEIRO MINISTRO.
Ulisses deu pão ao povo faminto. E os revolucionários da internet conseguiram o motivo que precisavam para gastar energia e sacrificarem os poucos fios de cabelo.
É que nem quando um artista mais falado não é convidado para eventos importantes. Para futebol e festival todos têm opinião, todos querem participar ativamente no debate. Para os problemas que REALMENTE IMPORTAM é que não.
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