ANDEBOL PICOS: EQUIPA CLAMA POR MAIS E MELHORES CONDIÇÕES

DA JUNÇÃO DAS DUAS EQUIPAS, MASCULINA E FEMININA, O GRUPO TEM UM TOTAL DE 60 ATLETAS, SENDO QUE O MAIS NOVO TEM 12 ANOS E O MAIS VELHO 38.

---

Já lá vão largos anos em que o Andebol se tornou a bandeira do desporto no Município de São Salvador do Mundo. E se hoje a modalidade está onde está é graças ao contributo de Caetano que “FINCA PÉ” e levou uma alternativa ao Futebol que era a prática mais popular na zona (isto bem antes de 2007). O Professor da educação física é o fundador da equipa de ADRCP- Picos (ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA RECREATIVA E CULTURAL DOS PICOS) e também um dos responsáveis pela criação da Associação Regional de Andebol Santiago Norte. Apesar de, atualmente estar afastado, deve-se a ele a realização de intercâmbios e exigência para que PICOS estivesse num excelente patamar competitivo.

DE ENTRE OS MUITOS TORNEIOS CONQUISTADOS, EIS ALGUNS TÍTULOS REGIONAIS A DESTACAR DESDE 2012:

2 CAMPEONATO SUB20 MASCULINO

2 CAMPEONATO SÉNIOR FEMININO

1 CAMPEONATO SÉNIOR MASCULINO

"DURANTE 14/15HRS SEMANAIS, OS JOVENS ESTÃO OCUPADOS E LONGE DAS ARMADILHAS SOCIAIS"

---

Nos dias que correm, o destino deste grupo, que já levou o nome de Picos para muitos cantos de Cabo Verde, passa pelas mãos de Odair Vaz. O líder da equipa confessou à TCHABANAVIZON que são várias as conquistas, algumas delas significativas no panorama regional, e muitas dificuldades para manter o que ele considera ser um “REFÚGIO PARA ESTUDANTES, TRABALHADORES E DESEMPREGADOS” e uma “ATIVIDADE CONTRA O SEDENTARISMO”. O Jovem defende que é preciso uma aposta séria por parte da AUTARQUIA porque ACREDITA QUE EXISTE POTENCIAL PARA ALTOS VOOS NO ANDEBOL.

---

O QUÊ QUE A CÂMARA (NÃO) FAZ?

Em boa verdade, cabe aqui dizer, que em 2018, a Câmara disponibilizou 200 contos quando as equipas(Mas/Fem) foram disputar o campeonato nacional em representação da região Santiago Norte(FONTE A NAÇÃO). Também é verdade referir que esta quantia, segundo as nossas fontes, foi concedida depois de muita luta.

Estamos a fazer muito com pouco e a entidade maior deve ver-nos com outros olhos. Esta é a convicção do treinador e representante do Andebol, antes de enumerar as várias barreiras que o grupo tem estado a enfrentar:

Pelo número de atletas que temos, são poucas e de péssimas qualidades as bolas que oferecem;

Não temos carro com frequência para os jogos; sim dão-nos coletes; mas os equipamentos, das raras vezes que dão, simplesmente “CA_BA_LI”... Por exemplo: Tem um emigrante que doou um equipamento há quatro anos e ainda está em ótimo estado. A câmara nos deu um, em 2021, depois de seis jogos, já estava num estado lastimável.

AINDA O VELHO DILEMA DA ILUMINAÇÃO

“A meu ver, este transtorno já devia estar resolvida de uma vez por todas. Imagina o constrangimento de ter atletas, bolas, e tudo pronto para iniciar o treino a luz não acende? O andebol é jogado na maior parte das vezes à alta velocidade. Os passes e os remates acontecem muito rápidos e, por isso, dava jeito ter melhor qualidade de iluminação e ainda kits de primeiros socorros.

E CONTINUA...

“Nem que for uma sopa, principalmente para os jogos realizados em Tarrafal, Calheta e Santa Cruz, onde nem sempre os atletas conseguem fazer uma boa refeição”; também “um espaço para uma sede de equipa, condições nas casas de banho e alinhamento do campo”.

AFETO TAMBÉM É UM APOIO

“Penso que já fazemos o suficiente para nos tratarem com mais valor e respeito. Por exemplo, num playoff, vi o vereador da antiga Câmara de Tarrafal presente nos jogos, mas nós nunca sentimos este tipo de afeto. Era bom que existisse mais diálogo entre a equipa, os dirigentes e a Câmara”.

APELO

“Por treinarmos de Segunda à Sexta das 18 até às 20h e jogar Domingo (algumas vezes Sábado) queremos reforçar a equipa. São muitos jovens que saem em busca de melhores condições e fica difícil manter uma base forte. Nos últimos anos perdemos cerca de 17 atletas, 4 dos quais já representaram a seleção nacional no feminino e 4 rapazes convocados viram o sonho adiado por causa da pandemia”. Com isso assumo o desejo de contar com novos atletas principalmente de Leitão Grande, Picos Acima, Leitaõzinho e Jalalo Ramos mas sei que a realidade é complicada porque as zonas são distantes e não há transportes com regularidade... Muitos jovens destas localidades têm talento mas os pais não deixam que os filhos jogam por causa do horário”.

Por fim, fica a ambição de levar o título de Campeão Nacional para SÃO SALVADOR DO MUNDO, uma vez que em quatro ocasiões (2 no sénior Feminino, 1 sénior Masculino e 1 nos Sub20 Masculino), não conseguiram esta proeza.

E NÓS DA EQUIPA TCHABANAVIZON deixamos uma réplica a todas as ASSOCIAÇÕES e principalmente à FEDERAÇAO:

Até quando VÃO PERMITIR que as EQUIPAS e os ATLETAS DISPUTAM APENAS TAÇAS e MEDALHAS nos CAMPEONATOS?

---

Natural de Picos e Engenheiro Mecânico de profissão, Odair Vaz interessou-se pelo andebol depois dos amigos e colegas regressarem de um intercâmbio na ilha do Maio(data incerta) e, em seguida, entrou na equipa por influência de Caetano. Os estudos fizeram com que não tivesse uma presença assídua como jogador mas, por paixão, e em memória dos treinos que ia às 6 da manhã em Achada Leitão, o jovem de 35 anos quis oferecer mais à equipa. Em 2012, altura que assumiu a liderança do grupo, Odair já sabia que o andebol tinha carência de experiência. Com isso, e para ter alguma bagagem, fez: Curso nível 1 dado por um Brasileiro (único até agora em Cabo Verde);e formações com: Angolano que era treinador do primeiro de Agosto; Selecionador Espanhol Sub20 e José Magalhães um dos maiores nomes do andebol português.

Odair sublinha que a transição de atleta para treinador foi graças à influência do técnico praiense Carlos Teixeira, e considera fundamental a ajuda de Gilberto, Calutchinha e Isac tanto no processo do treino e evolução da equipa, bem como no seu progresso pessoal.

---

"ÀS VEZES TRABALHO 16 HORAS SEGUIDAS PARA ESTAR COM A EQUIPA NOS JOGOS"